Por Nery Júnio de Araújo Rebelo*
Após os trabalhos do primeiro semestre, em que o Diretório Central dos Estudantes da UFOPA esteve na linha de frente das maiores reivindicações estudantis, o trabalho de representação e de discussão das necessidades acadêmicas continua firme e fervoroso mesmo ainda neste final de ano.
Fazendo uma recapitulação do primeiro semestre, lembramos da árdua luta a qual nós estudantes enfrentamos ao encarar novas aventuras no novo campus Tapajós, o velho campus da UFRA-Santarém. Falta de estrutura de um modo geral: ausência de transporte, salas de aula insuficientes, ausência de uma biblioteca adequada e com títulos atuais, ausência de um Restaurante Universitário, entre outras. Sem esquecer é claro, do velho campus da UFPA, que em nossa nova Universidade é conhecido como ‘campus Rondon’, ou, ‘campus 1’. Nele os problemas também não deixaram de aparecer, posto que determinadas obras, de entrega já atrasada, congestionaram, e ainda congestionam a utilização dos espaços no mencionado campus. Houve um isolamento dos calouros de 3 cursos neste campus pelo turno da noite, sendo que seus coordenadores não deram a mínima importância para a recepção dos novos colegas, o que causou um certo caos a esses calouros no inicio do ano. Não fosse a atitude de estudantes de vanguarda, não haveria qualquer tipo de recepção aos recém ingressos na nova UFOPA. Vale lembrar que os problemas mencionados ainda permanecem nos dois campus.
Todas essas ausências estruturais somadas com a falta de respeito ao estudante universitário, cidadão acima de tudo, provocaram os estudantes a quererem respostas, a terem seus direitos concretizados e não lançados ao vento em cima de uma mesa de negociação empresarial, ou, embutido em algum canto no meio de dados e números que até os grandes mestres de nossa administração tem dificuldades de explicar.
Daqui, como sempre deve ser, o DCE não se abnegou a luta. Foi o guardião do estudante e realizou assembléias para que pudéssemos esclarecer e amadurecer estratégias estudantis contra todo o autoritarismo da reitoria pró-tempore. Numa dessas assembléias, o Sr. Reitor e sua trupe foram convidados a participar, mas nos enrolaram com números e dados que não condizem com as nossas necessidades. Tais acontecimentos geraram uma grande fúria estudantil que acabou por se concretizar na passeata do dia 12 de Maio, ou, “ocupação do dia 12 de Maio”, pois num ato simbólico e de grande peso, o estudante ocupou momentaneamente a reitoria e exigiu suas demandas atendidas. Por meio de tal ato o DCE, com muito empenho de seus coordenadores Wallace Sousa e Rômulo Serique, concretizou a existência da Comissão Estatuinte, a qual tem a proposta de apresentar um estatuto equivalente aos desejos acadêmicos, e que é composta por número igual de representantes das classes dos professores, estudantes e técnicos-administrativos.