O Senado da França aprovou nesta sexta-feira (22/10) a reforma da previdência. A proposta do governo de Nicolas Sarkozy, que aumenta a idade mínima para aposentadoria de 60 para 62 anos gerou uma série de protestos e confrontos em todo o país nas últimas semanas, culminando na falta de combustível em diversas localidades.
Os senadores aprovaram a reforma com 177 votos a favor e 153 contra. O projeto agora passa por uma comissão parlamentar, que aperfeiçoará o texto final, que estão segue para o Conselho Constitucional, que é a maior autoridade legal da França.
Além do aumento da idade mínima para aposentadoria, os anos de contribuição para receber a aposentadoria integral passarão de 40,5 a 41 em 2012 e 41,3 em 2013. A reforma eleva também de 65 a 67 anos a idade para receber a aposentadoria integral.
Segundo o governo, essas medidas visam preservar o sistema de aposentadorias vigente, segundo o qual as pessoas ativas financiam as pensões. Ele considera que a expectativa de vida, cada vez maior, obriga as pessoas a trabalhar por mais tempo.
A maior parte da reforma será financiada com as medidas de aumento da idade de aposentadoria, e o resto virá de um aumento de impostos sobre os rendimentos e impostos sobre determinados produtos financeiros que subirão para 5 bilhões de euros anuais.
Reações
Os sindicatos e a oposição de esquerda criticam a reforma, dizendo que a conta da mudança deve cair sobre os mais pobres. Desde o dia 7 de setembro diversas mobilizações foram organizadas e os protestos cresceram na última semana, com o bloqueio de refinarias e greves em setores como o de transportes.
Os estudantes também participam das manifestações, pois sabem que a reforma irá fazer com que trabalhadores tenham de ficar mais tempo trabalhando e, assim, postos de trabalho deixarão de ser gerados para os mais jovens.
Os seis dias de protestos nacionais que ocorreram desde então - vários deles acompanhados de greves - mobilizaram entre 825 mil pessoas e 3,5 milhões, segundo a polícia e os sindicatos, respectivamente.
P.S. Engana-se quem pensa que os ataques à previdência social se resumem aos países europeus, como França e Grécia. Serra e Dilma já afirmaram várias vezes que pretendem fazer "ajustes" no sistema previdenciário brasileiro.
Dessa forma, a mobilização dos trabalhdores e estudantes franceses é um exemplo para as lutas que travaremos aqui no Brasil, contra as reformas neoliberais que se avizinham no futuro próximo.
Fontes: Fundação Lauro Campos (www.socialismo.org.br) e Folha de São Paulo (www.folha.uol.com.br)