quinta-feira, 27 de maio de 2010

Artigo de Lúcia Rodrigues (jornalista), extraído do site da revista Caros Amigos - http://carosamigos.terra.com.br/

O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), crédito educativo do governo federal destinado aos estudantes de baixa renda que passaram no vestibular de faculdades particulares e não têm como bancar os estudos, se transformou em uma verdadeira tormenta na vida de milhares de estudantes brasileiros. A dívida acumulada com a Caixa Econômica Federal no decorrer do curso cresce exponencialmente e se torna praticamente impagável logo após a formatura.
A crise gerada por esse tipo de financiamento, que ao invés de facilitar a vida de estudantes carentes acaba criando um problema gravíssimo para estes quando concluem a graduação, está levando o Ministério da Educação a rever o programa criado, em 1999, pelo governo do tucano Fernando Henrique Cardoso e mantido na gestão do presidente Lula.
Várias modificações estão sendo discutidas pelo MEC para tentar amenizar o caos em que se transformou o Fies, mas até o fechamento desta edição o Ministério da Educação não havia transformado as propostas em uma legislação que de fato proteja o aluno pobre. Além disso, os estudantes que ingressaram nas instituições de ensino privado neste ano também não estão conseguindo ter acesso ao financiamento, que está suspenso até que o MEC efetive as novas regras para o Fies.
Pela proposta, o alongamento do prazo de carência para o início do pagamento da dívida passará dos atuais seis meses para um ano e meio. O Ministério também está propondo a prorrogação do prazo para o pagamento do financiamento, que seria ampliado de duas vezes o tempo de duração do curso para três vezes. Com isso, o estudante que se forma em quatro anos, passaria a ter 12 anos para saldar o total da dívida contraída.
O MEC também pretende que os futuros médicos e professores que ingressem nas redes públicas de saúde e educação possam abater anualmente 1% de suas dívidas. No início do ano, o Ministério também reduziu os juros dos contratos de financiamento de 9% para 3,4% ao ano. As medidas estão sendo encaradas pelo Ministério da Educação como a tábua de salvação para evitar o naufrágio do programa, mas estão longe de resolver o problema dos estudantes pobres.
Apesar de amenizar os impactos negativos para os futuros financiamentos, essas propostas não resolvem o problema dos estudantes que possuem contratos antigos, como é o caso de Edney Mota. Formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP, em 2002, Edney está com o nome sujo no Serasa há cinco anos porque não conseguiu pagar a dívida com a Caixa Econômica Federal.
O jornalista não arrumou emprego fixo quando terminou o curso e a dívida virou uma bola de neve. Em abril deste ano, Edney devia para a Caixa R$ 49.153,70, apesar da dívida de capital ser de apenas R$ 9.896,39. Os juros estratosféricos inflacionaram o saldo devedor e o levaram à inadimplência.
“Eu estudei com muita dificuldade. Meu pai é pedreiro, minha mãe teve derrame, tenho uma irmã excepcional. Não consegui pagar porque não arrumei emprego. Minha divida é de pouco mais de R$ 9 mil reais e o banco quer me cobrar quase R$ 50 mil. É um absurdo”, protesta Edney.
Os efeitos negativos do financiamento estudantil não atingiram apenas ele. Seu irmão, que no caso é o fiador da dívida, também está sentindo na pele o peso da mão do credor. A Caixa pediu o bloqueio de sua conta bancária. E a Justiça determinou que 30% do dinheiro que entra seja bloqueado. Além disso, o irmão também corre o risco de perder o carro, único bem que possui, para saldar parte da dívida.
Ao contrário da permissividade que tem com os grandes devedores latifundiários, banqueiros e empresários no pagamento de suas dívidas, a Caixa Econômica Federal é extremamente rígida com aqueles que buscam apenas um financiamento para custear os estudos.
(...)
Daniela Pellegrini Nóbrega, líder do Fies Justo, movimento de defesa dos direitos dos estudantes que possuem o financiamento federal, orienta os inadimplentes que correm o risco de ter a dívida executada a entrarem com embargo de execução na Justiça. A medida, no entanto, tem apenas caráter protelatório e não afasta de vez o risco da execução da dívida.
“Estamos cobrando do MEC para que parem de executar as dívidas e façam logo essa legislação.” Para quem está com o nome sujo no SPC, Daniela é mais pessimista. “Por mais que se faça, a situação vai continuar na mesma, porque quase todos os tribunais estão indeferindo nossos pedidos”, lamenta.
O Fies Justo nasceu da preocupação da estudante de direito, Daniela, que se formou em uma faculdade particular de Brasília, em defender os interesses daqueles que, assim como ela, têm o crédito educacional. O movimento se organiza virtualmente pelo sítio (www.fiesjusto.com.br) para pressionar o Executivo e parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal a encontrar uma solução para o problema criado pelo formato do financiamento estudantil.

sábado, 15 de maio de 2010



Na ultima quarta-feira (dia 12 de maio), cerca de 200 acadêmicos da Universidade Federal do Oeste do Pará saíram às ruas santarenas para protestar em favor de ônibus, estrutura e segurança na´área da nova universidade. A manifestação partiu do campus, seguindo pela Avenida Cuiabá, interditando os cruzamentos com a Av. Tapajós e com a Rui Barbosa. Em seguida, os manifestantes dirigiram-se ao antigo campus da UFPA, atual sede da Administração da UFOPA, e ocuparam por cerca de uma hora a Reitoria, exigindo uma reunião com o Reitor Seixas Lorenço.



Como o Reitor não se encontrava na cidade, após muita pressão, os estudantes conseguiram uma reunião com o Pró-reitor de Planejamento Aldo Queiroz. De acordo com Wallace Carneiro, coordenador geral do DCE da UFOPA, "depois de merecidas vaias ao Pró-Reitor, cobramos democracia na universidade e exigimos a instalação imediata dos Conselhos Superiores e a participação paritária na Estatuinte da UFOPA".
Os acadêmicos encontram-se em estado de indignação com o descaso da Reitoria e do poder público municipal frente a uma série de demandas relacionadas a questões estuturais do novo campus, que está localizado na antiga área da SUDAM. De acordo com o DCE da UFOPA, não houve um planejamento adequado na transição do campus antigo para o novo campus, e essa negligência está trazendo uma série de problemas graves. A iluminação deficiente e a falta de ônibus geram uma grande insegurança, especialmente nos discentes do período noturno, que já sofreram inclusive assaltos nas proximidades.



A UES se fez presente no ato, dando total apoio à luta do acadêmicos da UFOPA, que prometem voltar a protestar contra Reitoria e Prefeitura, caso suas reivindicações não sejam atendidas.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Em assembléia geral realizada na Escola Madre Imaculada noite de ontem (10/05/10), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará - SINTEPP/Subseção de Santarém decidiu aderir à mobilização estadual da categoria e entrar em greve a partir do dia 17/05, por tempo indeterminado.

O principal motivo da paralisação estadual é o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração enviado pelo Governo Ana Júlia à Assembléia Legislativa, que não atende às demandas da categoria, sendo considerado pelos professores como uma proposta que desvaloriza os educadores.

Em Santarém, o SINTEPP aproveitará a greve para denunciar a péssima situação estrutural das escolas estaduais (muitas delas caindo aos pedaços, literalmente!) e exigir do governo um amplo conjunto de reformas nos educandários.

Mais informações: http://www.sintepp.org.br

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Texto de Evaldo Viana , extraído do Blog do Jeso.

Era por volta das seis horas da tarde, com o sol ameaçando se pôr a oeste, quando um casal de turistas se aproximou do rapaz, que estava sentado num banco da orla, próximo ao Mascotinho. Pára diante do jovem e obsequiosamente lhe pergunta:
- Amigo, você poderia me dizer onde fica o cinema mais próximo?
O rapaz olhou para o homem que lhe fizera a pergunta e por um momento não sabia o que dizer, mas lembrou que o notebook que carregava consigo estava conectado, via modem da vivo, à Internet e que nele havia instalado o programa Google Eart. Então, disse ao homem:
- Aguarde só um minutinho!
Localizou rapidamente o ponto onde estavam, clicou no ícone que mensura distância e projetou quatro retas: primeiro a oeste, depois ao norte, em seguida a leste e por último ao sul. Para todas as direções fez uns rabiscos, anotando as distâncias. Após, disse ao turista:
- Bom, se o Sr. Pegar essa direção, apontando em direção ao sol, vai encontrar a 605 Km de distância a cidade de Manaus onde certamente vai encontrar bons cinemas. Pegando uma reta nessa sentido (estendendo o braço para um ponto entre o norte e o leste), a uma distância de 534 KM, o Sr. vai chegar a Macapá onde certamente encontrará um bom cinema. Outra alternativa seria Belém, mas tá um pouco longe, pois fica a 705 KM de onde estamos.
A moça que acompanhava o homem, sem entender bem o que ouvira, pois só queriam saber onde poderiam encontrar um cinema, o mais perto possível dali, disse:
- Como assim?!! 500, 600, 700 Quilômetros?!!!
 O rapaz acabara de lembrar de Altamira, onde estivera há poucas semanas e disse:
- Só um minutinho, tem um mais próximo daqui. Péra lá, só mais um pouco! Taqui, encontrei!. Fica justamente nessa direção (apontando o braço entre o leste e sul). Indo nessa direção, a 302 Km, vocês vão chegar a Altamira, um município de mais ou menos uns 90 mil habitantes. Lá tem um cinema muito bom. A exibição dos filmes lá é simultânea com o sul do país e os ingressos são bem em conta, pois quem faz a manutenção do cinema é a prefeitura. Como nenhum particular tem estrutura para mantê-lo, o governo municipal resolveu oferecer ao povo uma opção de lazer. Cinema não é cultura?!! Então?! A prefeitura de lá se preocupa em patrocinar Cultura ao seu povo.
- Mas!….E aqui em Santarém!…Não tem cinema? Não tem governo municipal, como em Altamira, que possa manter um cinema, dar uma opção de lazer para o povo daqui?! – perguntou o homem.
O rapaz ficou meio sem jeito, não sabia o que responder. Depois de alguns segundos disse ao homem:
- Olha, cinema não tem. E governo que se preocupe com a cultura, que se preocupe com o bem estar do povo, acho que também não tem não.
O casal agradeceu a atenção do rapaz, se despediu e foram, certamente, procurar outra opção de lazer para aquele começo de noite

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Estudantes e trabalhadores de Santarém fiquem atentos: há sinais de um novo aumento do preço da passagem de ônibus no Município de Santarém. Motivo? O Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários anunciou uma greve para a próxima segunda-feira (dia 10 de maio).
O Sindicato dos Rodoviários não chegou a um acordo com o Sindicatos dos Empresários (SETRANS) quanto ao reajuste salarial deste ano: a proposta máxima dos empresários foi de 5%, enquanto os trabalhadores exigem no mínimo 12%. Dessa forma, os rodoviários de Santarém decidiram em Assembléia realizada no dia 04/05 paralizar suas atividades a partir da zero hora do dia 10 de maio de 2010.
De acordo com Paulo Sérgio Alves, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Santarém, a paralização não será total, sendo que 30% da frota de ônibus continuará funcionando durante a greve. Hoje, o salário bruto de um motorista de ônibus está em torno de R$ 1.033,00 e o de cobrador é de R$ 550,00.
A história do transporte público em Santarém nos mostra que, sempre após as mobilizações dos trabalhadores em prol de melhorias salariais, o Sindicato dos Empresários de Ônibus leva ao poder público municipal uma proposta de aumento da tarifa dos coletivos.
Embora a relação entre patrões e empregados não tenha nada a ver com a população, os aumentos dos salários são sempre usados como justificativa para encarecer ainda mais o valor pago pelo cidadão para ter acesso ao serviço público do transporte coletivo -que, convenhamos, não está lá essas maravilhas..
Portanto, é necessário que estejamos atentos e preparados para reagir a mais uma tentativa de assalto ao bolso da população santarena. A UES estará vigilante, de modo a cumprir com seu compromisso histórico de defender todos os usuários de ônibus, trabalhadores e estudantes desta cidade.
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